domingo, 21 de fevereiro de 2010

"Veja, os meus cabelos estão molhados, caminhei horas pela chuva querendo e não querendo procurar você. Assim, da mesma forma como outros escolhem o apoio das pessoas ou a nudez do campo, ela escolhera o desafio da entrega.Podia esperar de qualquer um essa fuga, esse fechamento. Mas não em você (...) Por que então assim tão de repente e duro, por quê? Compreenda, eu só preciso falar com você. Não importam as palavras, os gestos, não importa mesmo se você continua a fugir... meus olhos quase verdes de tanto amor recusado, emoções informuladas pelo silêncio de noturna precisão - tudo convergindo para a pedra. Você se doou tanto quando eu não pedia, e no momento em que pela primeira vez pedi, você negou, você fugiu. Ela queria tanto que ele dissesse o nome dela assim bem devagarinho como se as sílabas fossem uma casquinha de sorvete quebrada entre os dentes."
Caio F.