segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sei lá o que sinto, sei que carrego o mundo nas costas e respiro seu cansaso diário. Hoje me sinto outra pessoa, diriamos até que uma pessoa de 2009. Fugi da paixão e seu desespero e conheçi a coragem que eu nunca pensei que um dia teria na minha vida, hoje sou desesperadamente apaixonada pela minha coragem cotidiana. Pois hoje posso dizer com todas as letras que resolvo o mundo, afinal me resolvi, e não tem nada mais corajoso do que se resolver com uma pessoa que passa a imagem mais mal resolvida do mundo. Me resolvo, te resolves e nós resolvemos o mundo!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."
Clarice Lispector

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Saí na intensão. mas intensão de quê? por favor, não me pergunte, é uma pergunta muito complexa pra mim, certamente não saberia responder. Sei que o dia era de chuva, como aqueles que quando eu olhava pensava logo em pôr um casaco vermelho de lã, daqueles que você se sente quase uma "lady". Enfim, me sentia viva e sabia que por onde eu fosse eu daria uma risada gostosa e que ela me ajudaria a esquecer o acontecimento anterior. Pode até parecer irônia do destino, mas naquele dia eu me encontrava num lugar onde só existiam doidos, literalmente. doidos de cabeça, pé, mão, juízo, gritantes. doidos que aclamam, que chamam, se danam. pois é, me encontrei na Tamarineira, um tal de Rock na Tamarineira, e que de rock não tinha nada. era o "brega" popular que se familiarizava cada vez mais com aquelas criaturas tão carentes por vezes de apenas um sorriso. Ah, haviam "click's", muitos clicks insaciáveis; e como de costume muitas poses e trejeitos algumas vezes até bizarros. Confesso que me diverti demais, por algumas horas me senti até em casa. apesar das situações deprimetes e de saber a realidade dos que ali habitam, eu percebi uma alegria, uma alforia intensa que valeu meu dia.
Os dias loucos são os mais normais!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"No fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, e você me beija, e você me aperta, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem."

Caio Fernando Abreu






Eu gosto de dezembro, por isso devia tá mais cheia de esperança. tô tão jogada no mundo, tão dada as noites alcoólicas, aos pensamentos sexualmente ativos, aos luxos profissionais. Quero palavras, letras, livros, rimas ricas, quero tudo. mas um tudo produtivo, um tudo que vai me servir futuramente pra alguma coisa de mera importância.
Dezembro me remete sempre ao natal, aos entiqueridos todos bem Jofilsan, a esperança de um ano melhor, a procura insasiável por algo de bom tom. mas esse natal tá estranho, a essencia do dezembro tá diferente, sinto apenas o cheiro das árvores, dizem que é do Jasmim das flores, mas pra mim são cheiros de bairros árborizados, bairros que eu frequêntava loucamente e que hoje deixou de me servir, porém, continuam me fazendo chorar, me arrepiando por completa. o cheiro meu fode, o cheiro!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dia 1º de dezembro, simplismente e confusamente me pego refletindo num primeiro de dezembro. Ai vocês perguntam o que tem de tão especial nesse dia, e eu assim, tão indiferente, respondo que é exatamente isso, não tem nada.
Reflito apenas pelo fato de tentar deixar meu 2008 menos caótico. reflito porque necessito de uma resposta definitiva para um fim de ano.
o maracatu. o carnaval. o grande amor. a festa. estudar. sair. cerveja, cerveja e cerveja.as distâncias.os (re)encontros.as brigas.o caos. o novo amor. o sorriso. a jogação. o desespero. a vontade do sexo. a vontade da paz. a vontade de 2006. o descaso. a falta de casos. o agosto. desorganização. as eleições. o pai desatenção. o irmão loucura. mulheres loucas. vontades masculinas. moças munitas. idéias. planos. acaso sempre. o plâtonico. o surreal. o design. a vontade de moda. os modelos próprios. os suspiros de dor. os suspiros de amor. o trabalho árduo. as brigas (des)necessárias. preguiça das pessoas. 68 até 2008. vontade de viver 68. cirurgias. fim de 4 dentes. hoje: alivio, amor, simulado!
sei lá, acho que meus planos pra 2008 foram por água abaixo. não, não posso simplismente dizer que vivi um ano perdido; não vou ser hipócrita em dizer isso, mas achava que poderia ser um ano mais produtivo, mais bonito, mais cheio de recompensas; se é que assim eu posso descrever.
Pois é, 2009 tá ai pra me deixar careca de estudar e no fim das contas, careca, realmente, C-A-R-E-C-A!
Por isso, me agarro por completa em 2009, me deixo ser em 2009, me dou pra doismilenove!
sem pretensões de anos ímpares, sem confusões astrológicas e carnais, hoje eu digo com toda convicção que sou de 2009.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008


Meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção,
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão.
Eu quero um gole de cerveja no seu copo no seu colo e nesse bar.
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja.
Não quero o que a cabeça pensa, eu quero o que a alma deseja.
Arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo. tenho pressa de viver.
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar;
Tempo para ouvir o rádio no carro,
Tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo.
Meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente.
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente.
Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver.
Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude.
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"
Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão,
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver.
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza,
E arriscar tudo de novo com paixão.
Andar caminho errado pela simples alegria de ser.
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo,
Vem morrer comigo, meu bem, meu bem, meu bem
Talvez eu morra jovem:
Alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído
Completará o meu destino, meu bem... Que outros chamam de baby.


(Belchior- coração selvagem)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Pelas entranhas
Pelas tabelas
Pelas fronteiras da loucura
Tortuosas
Nos limites viscerais
Invadindo a alma
Onde a carne se transforma em energia
Em ondas magnéticas
Em vibração
Onde a massa sanguínolenta
Emite e emana a frequência da luz
Arquitetura fisiológica dos deuses
Com uma pequena falha
Na frágil árvore neuro-psíquica.

(José Jofiilsan)
Queria dá um sorriso largo pra espantar esse meu silêncio e essa minha indiferença.
e com ele- o sorriso, sair gargalhando horrores. uma daquelas minhas gargalhadas
gritantes, surtadas e com direito a caras e bocas.
Contanto, a semana não foi propicia pra esse tipinho de exagero que as vezes
me dou o luxo de ter.
N-Ã-O, eu não vou ser hipócrita ao ponto de dizer que tive uma semana triste,
ao contrário, a minha segunda foi animada demais, apropósito, teve
indicios de um tal domingo.
mas me confundo ainda com fatos, fotos e falta de paciência.
sim, tenho certeza que essa tal paciência corre de mim.
é, na verdade eu também não fico a procura dela frequentemente não, confesso!
cuspo o tempo todo que sou uma Jofilsan(zinha) egoísta e com um grau de
orgulho elevado, não minto!
Mas eu juro que um dia vou me tornar uma pessoa de Deus, boa e com a
filántropia fazendo parte da minha vida. (risos)




Me recolho já! amanhã vai ser um dia pesado, com carmas e coisas.
ei paciência, me ajuda vaaaai?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Não diga nada
Saiba de tudo
Fique calada
Me deixe mudo
Seja no canto, seja no centro
Fique por fora, fique por dentro
Seja o avesso, seja a metade
Se for começo fique a vontade
Não me pergunte, não me responda
Não me procure, e não se esconda.

(Chico Buarque)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Primeiro de outubro

Abro a porta com a maior sensação de liberdade e entro com um olhar ansioso, medroso. que talvez ninguém tenha notado por eu usar um óculos que me serve muito, pricipalmente quando
o assunto é esconder sentimentos.
Subo as longas escadas e por fim chego no lugar previsto. Bato na porta, ninguém me atende. grito aos prantos, fingem não conheçer minha voz.
Um tanto já impaciente, resolvo recolher meu "eu" em outro lugar, ou melhor, em outra casa bem familiar e utópica. já descrente de qualquer encontro, me deparo com uma pessoa paternalmente conheçida. um rosto desgastado, um olhar de loucura e cheio de desespero na carne. Essa criatura que eu tanto procurava se apresentava como meu pai.
Confesso que aquilo não tinha cara de pai e nem tão pouco atitude. me tratava com um desdém incompreensível e se mostrava mais um Jofilsan de mão cheia.
Tenho medo dos Jofilsan's, eles tem um olhar invasivo e desconfiado, sem falar na falta de credibilidade e no desrespeito alheio. Ah, não vamos esquecer das piadinhas que já deviam ser intituladas como de uso exclusivo da jofilsanlidade. odeio!
Mas voltando ao Jofilsan pai... ele conseguio falar comigo mesmo sem olhar aos meus olhos e soltou uma de suas piadinhas com um sutil tempero de intimidade, "Já comeu, menina?".
Começei a achar que tava tudo bem, mas ao mesmo tempo ouvi uma zuada de chilenos cruzar o chão a vir ao meu encontro, automaticamente pensei que era a sua namorada, e era!
Aquela mulher tão magra e com um jeito exageradamente simples até hoje me dá medo. sempre tive medo das corujas!
Resolvi ir embora, esquecer daquele encontro, daquela casa e da tentativa frustrada de ter um pai pelo menos na quarta-feira a tarde. achava que ir embora dali seria uma tarefa bem fácil, afinal ninguém sabe demonstrar interesse; mas foi bem mais pesada do que o previsto.
Avisei que iria embora e nada de interesse alheio, assim desci as escadas e andei, até ouvir uma voz de longe dizer: "vamos a Simone Barros?", "Quer algum dinheiro". a-b-s-u-r-d-o!
é revoltante, mas eu sou paga pra ser filha!



peguei o rio doce CDU e me encontro por aqui.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

"Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco."

(Augusto dos Anjos)








aboli meu pai!

domingo, 28 de setembro de 2008

Descobri que tenho preguiça também e isso não está sendo nada produtivo últimamente.
queria pelo menos devorar uns livros e saber de tudo. gosto de gostar de saber e dialogar
coisas sem nexo com pessoas bem vividas. preguiça pra quê?
Quero voltar a escrever observações fatais de uma vida inútil, mas também tenho preguiça.
a preguiça me mata demais, não quero morrer com ela!
preciso estudar, mas como de costume a preguiça me pega de jeito, sem nenhum receio.
e eu fico a fechar os olhinhos até beber um gole de água que me deixa em estado de
êxtase. ai eu volto ao pensamento de estudante. estudo. durmo!
necessito encontrar amigos distantes, perdidos, errantes, fugitivos, amantes.
preciso encontrar, mas a preguiça me chama e eu vou pra cama dormir só mais
uma eterninadade.
ô preguiça da minha eternidade me deixa menos preguiçosa um pouquinho,
que é eu pra dá um pouco mais de carinho.

sábado, 27 de setembro de 2008

ontem

Me levaram pra uma festa. me fizeram andar horrores. me fizeram ser uma pessoa mais legal.
me fizeram experimentar Brahma fresh. me deram cana. me deram um show. me deram o
dom da dança. me deram a lenta embriaguez. me deram a vontade de cantar, a vontade
de ficar, a vontade de beber, a vontade de demonstrar coisas. me deram a embriaguez
fulminante. me deram um refluxo estomacal. me deram o sono, o sonho. me deram o
vomito. me deram o alivio. me deram a alegria. me deram a embriaguez passageira.
me deram um banho de gato. me deram 2 ônibus (quase o vale 2 horas de Cadoca.)
e por fim me deram uma cama e uma ressaca momentânea.


Será que eu queria tudo isso?


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

sONO


apresento a vocês o meu domingo a noite, com direito a acompanhante tolerante e meu abuso infernal.
chupa esse drops?

terça-feira, 9 de setembro de 2008

"também seria inesgotável escrever sobre beber mal. bebo depressa demais, e não há alternativas: ou praticamente adormeço dentro de mim e fico morosa, pensativa sem que um pensamento se esclareça como descoberta, ou fico excitada dizendo tolices do maior brilho instantâneo. mas - mas há um instante mínimo nesse estado em que sei como é a vida, como eu sou, como os outros são, como a arte deveria ser, como o abstracionismo por mais abstrato não é abstrato. esse instante só não vale a pena porque esqueço tudo depois, quase na hora. é como se o pacto com deus fosse este: ver e esquecer, para não ser fulminado pelo saber."

Clarice.

domingo, 17 de agosto de 2008

Últimamente ando bem viva, bem harmônica, bem feliz. passei pela fase do desespero e por coincidência bem desesperada, mas a virtualidade me tirou dessa fase e hoje eu tô na minha fase bem harmônica. Não, não quero teorizar o que eu tô vivendo por que "teorizar" é uma palavra muito pequena e pobre pra a imensidão do que eu me encontro hoje. e o meu encontro é muito apaixonante, muito preciso e muito simples.
Também queria dizer que o fim de semana foi lindo, mesmo sem o teatro mas com encontros de casais, mesmo sem a elegância do super almoço mas com a simplicidade das cervejas, dos bolinhos de bacalhau e a presença ilustre do drama oficial do dia. e pra finalizar eu só posso agradecer a chuva por não ir eletrizar meu cérebro com música eletrônica e gente chata, "as pessoas fedem no final da noite." prefiro finais de noite com Batman incompleto, Mel de bom humor e as besteiras faladas sem sentido algum.
Acho que minha parcela de saudades tá dimunuindo, mas que felicidade! sou uma pessoa menos egoísta.


riso e risadas do meu amor.
(quer casar comigo?)


segunda-feira, 11 de agosto de 2008

12deagosto

Um leonino qualquer que eu temia, passando a ser um tal leonino que eu saía e agora o leonino
que eu vou pedir em casamento.
Talvez esse seja o melhor começo pra demonstrar o carinho que eu sinto por você nessa data
e nesses quase três meses que a gente tem se suportado, quero dizer, se amado. HÁHÁHÁ
Pois é, 12 de agosto é uma ótima data para as criaturas abusadas assumirem a tamanha admiração
por esse típico leonino, o quando ele é importante, o quanto é lindo e charmoso até no jeitinho
de olhar. UI, hauhahauah!
Ter você por perto me faz um bem enorme, é uma satisfação te chamar pra sair e tu tá sempre
disposto a ficar do meu lado, é só contigo que eu consigo ficar calada por 10 minutos seguidos
e mesmo assim pensar o quanto o silêncio junto contigo é feliz.
A verdade é que eu não sei o quê escrever; escrever coisas felizes de pessoas que eu gosto e
pricipalmente no dia que eu sei que é muito importante para elas não é lá uma missão muito
fácil; talvez as pessoas esperem mais do que as palavras escreve.
Por isso eu prefiro o nosso dia-dia, as nossas cervejas, os nossos filmes, as nossas praias,
entre outras coisas que automaticamente a gente intitula "nosso".
Não, não vamos fazer desse 12 de agosto, desse inferno astral como alguns mortais mencionam
uma data única (mesmo sabendo que é). deixemos ele oculto, deixemos ele como um dia qualquer
cheio de brilho e risadas absurdas e recipróca, deixemos desse clichê aniversáriante.
Quero dizer que mesmo com essa minha modernidade toda em dias de aniversário eu te desejo
todos os melhores desejos do mundo; essa ânsia de sorte, essa tua vontade de viver e
qualquer coisa bem-vinda na tua vida.
Te adoro, xuxu.





quinta-feira, 5 de junho de 2008

Bom dia tristeza
Que tarde tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando
Até meio triste
De estar tanto tempo
Longe de você
Se chegue tristeza
Se sente comigo
Aqui nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar
( Vinicius / Adoniran)


É verdade!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Escrevo

Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens.
Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias.
Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui.
Lispecto.




(de saudades)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O novo sempre vem

Eu não posso explicar como foi, e como ela veio. E só digo o que penso,
só faço o que gosto e aquilo que creio.
Se alguém não quiser entender e falar, pois que fale!
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe e se alguém interessa saber sou bem feliz assim,
muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim.
Maysa Matarazzo.




(chegaaa...)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Filmes e fatos

21:15 exatamente, e talvez por qualquer acaso existente algo já havia acontecido. Mesmo assim meus pensamentos dormiam, fingiam dormir para minhas pernas não tremerem e minha vida não ser mudada mais uma vez.
É revoltante ou não, independente disso as 21:37 chega e alguma coisa toca, vibra perto de mim, quase em mim. Sem falar que os olhares ao redor já eram vastos e invasores.
Voltando...
Tudo o que tocava por perto era um celular enlouquecido para poder falar ou ver alguma coisa que fosse. "-LEVANTA A MÃO", uma solução.
21:40 o celular me manda levantar de uma poltrona desconfortável para conversar qualquer besteira com um desconhecido.
As besteiras são grandes, as conversas intensas e pequenas, o sotaque chato, o cabelo de nuvém e por fim chega uma pessoa que diz me conheçer, com um cigarro na boca e uma barriga imensa a querer entrar numa proza pobre com muita luz.

O fato era que o mundo desabava e eu precisava ir...


"E quando for pra ir, tu vai sem me pedir"

domingo, 20 de abril de 2008

Algumas doses homeopáticas de Almodóvar em um feriado não é tão ruim assim, minha gente.




"Uma comédia momorável, surreal e bizarra no melhor estilo Almodóvar."

quinta-feira, 17 de abril de 2008

"E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo, No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também."


Caio Fernando Abreu.